quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Venda de livros, em Portugal, continua a bom ritmo

A compra de livros em Portugal manteve-se estável no primeiro semestre de 2009, apesar da crise económica mundial e de "alguma contenção inicial na edição", segundo a avaliação da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).

Rui Beja, presidente da APEL, entidade que representa mais de 200 associados, referiu à Agência Lusa que "nos primeiros meses do ano, as vendas foram até superiores às do ano passado na maioria" das livrarias.

"Não se pode dizer que a crise global tenha afectado o sector do livro. Neste sector vive-se uma situação anormal", comentou o responsável pela instituição mais representativa nesta área, a nível nacional.

"Há editores que [por causa da crise económica do país] decidiram fazer alguma contenção inicial na quantidade de títulos a publicar, para ver como as coisas corriam, e depois voltaram ao nível habitual. Mas quase a generalidade manteve os mesmos níveis", indicou o responsável.

Rui Beja estima que o número de títulos editados em Portugal até ao fim de 2009 deverá situar-se entre 12 a 14 mil, "como tem acontecido nos últimos anos".

As explicações para este cenário, segundo Rui Beja, estão nas características e comportamento próprio do sector do livro: "as flutuações no sector não têm uma relação directa com uma crise económica. Normalmente têm mais a ver com os títulos que se publicam e com os autores", salienta.

Os períodos em que se vendem mais livros em Portugal são os meses de Verão, no Natal e nas feiras do livro de Lisboa e do Porto, que, recordou o responsável, obtiveram resultados bastante positivos e mais afluência de público.

Dados preliminares de um estudo encomendado pelo Ministério da Cultura e divulgado no ano passado estimavam que o sector do livro, em Portugal, tinha atingido de 381 milhões de euros em 2005.

De acordo com o mesmo Inquérito ao Sector do Livro realizado pelo Observatório das Actividades Culturais (OAC) a percentagem da presença do livro na indústria transformadora ascende a 0,5 por cento no país, situando-se dentro da média europeia.


Fonte: Ípsilon